Bater palmas dentro da Igreja
PALMAS DENTRO DA IGREJASe você é de uma igreja neo pentecostal, certamente não terá nenhuma dúvida em relação a bater palmas dentro da igreja. Porém, se você cresceu em uma igreja pentecostal, alguma vez já deve se ter perguntado se é correto aplaudir durante os cultos.
Isto porque, até não muito tempo atrás, a maioria das igrejas pentecostais não aceitavam (isso mesmo, sinônimo de “proibiam”) que seus membros batessem palmas dentro da igreja. Talvez simplesmente pela falta de fundamento bíblico a respeito do tema, como veremos adiante, ou talvez pelo simples rigor dos usos e costumes.
Mas o fato é que aqueles que frequentam as igrejas pentecostais hoje, e, diga-se de passagem, são muito bem incentivados a bater palmas, muitas vezes se perguntam qual a legitimidade deste ato, que outrora era proibido e agora é incentivado.
Ao ser questionado por um jovem da minha igreja sobre este tema, resolvi fazer uma breve pesquisa para descobrir se a bíblia fala alguma coisa a respeito.
De todas as referências que encontrei pesquisando “palmas” na bíblia, a que mais salta aos olhos é o Salmo 47:1: “Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo”. Antes de me aprofundar neste salmo vou apresentar algumas referências bíblicas a respeito de bater palmas, seu contexto e significado.
Foi interessante notar que bater palmas, na bíblia, assume mais de um significado, e é um ato atribuído a mais de um sujeito. São eles: a natureza, os homens, Deus (isto mesmo, há pelo menos duas referências em que o próprio Deus bate palmas!). Vejamos:
A Natureza batendo palmas:
– (Salmos 98:8) “Os rios batam as palmas; regozijem-se também as montanhas,”;
– (Isaías 55:12) “Porque com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros romperão em cântico diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas”.
É difícil imaginar como podem os rios ou as árvores baterem palmas, então fica claro nestes textos a natureza simbólica do aplaudir. Tanto o texto de Isaías quanto o salmo são uma expressão de louvor à Deus por seus grandes feitos. É comum, principalmente nos salmos, a natureza animada e inanimada ser convidada a louvar a Deus. Fica assim claro, nestes dois casos, que as palmas são um símbolo do louvor que toda a criação deve prestar à Deus.
Os homens batendo palmas
– (Ezequiel 6:11) “Assim diz o Senhor DEUS: Bate com a mão, e bate com o teu pé, e dize: Ah! Por todas as grandes abominações da casa de Israel! Porque cairão à espada, e de fome, e de peste.”
No capítulo 6 de Ezequiel Deus ordena que o profeta dirija sua face aos montes de Israel e profetize sobre eles. Então no versículo 11 o Senhor se dirige ao profeta e ordena que este bata a mão e o pé, em sinal de indignação pelo grande pecado da nação, bem como um alerta diante da iminência do castigo.
– (Jó 27:23) “Cada um baterá palmas contra ele e assobiará tirando-o do seu lugar.”
– (Naum 3:19) “Não há cura para a tua ferida, a tua chaga é dolorosa. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as palmas sobre ti; porque, sobre quem não passou continuamente a tua malícia?”
Em Jó 27 o autor está descrevendo o final dos homens ímpios dizendo que as pessoas que virem a repreensão de Deus sobre o ímpio baterão palmas contra ele. Aqui o sentido é de reprovação. Em Naúm o significado é o mesmo.
– (Lamentações 2:15) “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam as suas cabeças sobre a filha de Jerusalém, dizendo: É esta a cidade que denominavam: perfeita em formosura, gozo de toda a terra?”
– (Ezequiel 25:6) “Porque assim diz o Senhor DEUS: Porquanto bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e com todo o desprezo do teu coração te alegraste contra a terra de Israel,”.
Mais duas passagens poéticas nas quais os inimigos de Israel meneiam a cabeça e batem palmas em sentido de desprezo e zombaria.
– (Jó 34:37) “Porque ao seu pecado acrescenta a transgressão; entre nós bate palmas, e multiplica contra Deus as suas palavras.”
Aqui, Eliú acusa Jó de teimosia e desprezo contra Deus e os homens. Bater palmas seria o símbolo destas atitudes.
– (2 Reis 11:12) “Então Joiada fez sair o filho do rei, e lhe pôs a coroa, e lhe deu o testemunho; e o fizeram rei, e o ungiram, e bateram as palmas, e disseram: Viva o rei!”
Este é o único texto em que se bate palmas literalmente. O motivo é o mesmo pelo qual se aplaude alguém nos dias de hoje: aprovação, elogio, alegria, etc.
Deus batendo palmas
– (Ezequiel 21:17) “E também eu baterei com as minhas mãos uma na outra, e farei descansar a minha indignação; eu, o Senhor, o disse.”
– (Ezequiel 22:13) “E eis que bati as mãos contra a avareza que cometeste, e por causa do sangue que houve no meio de ti.”
Estes dois textos são os mais interessantes que encontrei, porque aqui é o Senhor que está batendo palmas! O significado é de indignação e reprovação pelo pecado cometido pelo seu povo.
Obs.: não há referências acerca de bater palmas em todo o Novo Testamento.
Vê-se assim que, à exceção da passagem de 2 Reis, em que o povo literalmente bate palmas na coroação do rei, todas as outras referências são poéticas e simbólicas. E nenhuma delas ligada ao culto à Deus.
A liturgia do Velho Testamento instituída por Moisés e aperfeiçoada por Davi, incluía sacrifícios, orações, música instrumental e cânticos, mas não há referência alguma a bater palmas em qualquer reunião ou festa religiosa do povo de Israel.
Assim como não há referência alguma no Novo Testamento de que os primeiros cristão batessem palmas num momento de louvor ao Senhor. Aliás, todas as referências ao louvor à Deus são feitas no sentido de se cantar, salmodiar, glorificar à Deus. Até mesmo levantar as mãos à Deus no momento da oração: (“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda” – 1 Tim 2:8) , mas não bater palmas.
Mas antes de expressar minha opinião sobre ser correto ou não bater palmas nos nossos cultos hoje, vamos voltar ao texto do Salmo 47:1
– “Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de triunfo”.
O caráter simbólico desta passagem já se faz perceber no começo do versículo: “todos os povos”. Ora, nós sabemos que os que conhecem e honram o nome do Senhor são um pequeno rebanho, como disse Jesus. Assim, por estar também este versículo no contexto de um livro poético, acredito que aqui não está uma ordem literal, mas um convite à expressar ao Deus todo poderoso o louvor que Seu Santo Nome merece.
Mas digamos que esta passagem fosse literal, mesmo assim bater palmas não seria um fim em si mesmo, mas um veículo deste louvo, e deveria estar acompanhado de um “aclamar”. É só notar a segunda parte do versículo: “aclamai a Deus com voz de triunfo”.
Desta forma, em todas as passagens apresentadas observa-se que bater palmas assume diversos significados, dependendo do propósito pelo qual se aplaude ou até mesmo quem o faz. Nós vimos a natureza aplaudindo a Deus em louvor, o homem aplaudindo à Deus em desprezo e rebelião, os inimigos aplaudindo ao povo de Deus em sinal de desprezo e até mesmo Deus aplaudindo em sinal de reprovação.
Vale destacar novamente que apenas em 2 Reis, conforme vimos acima, bater palmas é literal. E não está associado ao louvor a Deus mas à aprovação à coroação do rei.
Mas então voltamos à pergunta inicial: é correto as palmas fazerem parte de nossa liturgia hoje?
Quero destacar aqui que, embora o ato de aplaudir nos cultos não tenha respaldo bíblico, todavia não estou dizendo que é errado ou deveria ser proibido, pois a Bíblia não manda fazer isso literalmente, mas também não proíbe.
Então o que fazemos? Simples, aquilo que sempre fazemos quando nos deparamos com uma situação para a qual a bíblia não é clara: buscamos por princípios exarados em suas páginas que podem nortear a nossa decisão.
O primeiro deles, que permeia todo o texto sagrado é que somente à Deus se deve dar o louvor. Tem um texto interessante no qual o próprio Senhor diz que não divide sua glória com outrem: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei…” (Isaías 42:8).
Assim, para responder à pergunta sobre ser correto ou não bater palmas, é necessário fazer uma outra: para quem estamos batendo palmas? Para Deus (realmente) em sinal de legítimo louvor, ou para o homem? Não é de se negar que em muitos cultos hoje o louvor a Deus tem sido substituído pelo louvor ao homem.
Em segundo lugar, há outro princípio que deve sempre reger as reuniões cristãs, que está expresso em I Coríntios 14:26: “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” E mais a frente Paulo continua aconselhando a igreja: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (1 Coríntios 14:40).
Sendo assim, outra pergunta deve ser feita: bater palmas contribui para a observância deste princípio no culto cristão, ou não?
Finalmente, a bíblia ressalta, e exalta, a atitude do cristão, bem como suas palavras como sendo a expressão máxima de louvor à Deus: “Portanto, ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome.” (Hebreus 13:15). E ainda Mateus 5:16: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”
Parece que o melhor veículo do louvor à Deus são nossas atitudes, principalmente entre os incrédulos, e nossas palavras e cânticos no âmbito litúrgico.
Depois de ter feito todas essas ponderações, minha opinião é que se é correto ou não bater palmas, DEPENDE.
Conforme vimos anteriormente, depende de quem o faz, para quem faz, quando faz e com que propósito o faz. Todavia não posso negar que, de acordo com a bíblia esta não é a melhor expressão do nosso louvor à Deus, embora possa fazer parte dela.
Minha opinião pessoal é que sendo o culto cristão alegre e usufruindo os crentes da liberdade dada pelo Espírito, não haveria problemas em bater palmas acompanhando uma música de louvor cujo ritmo nos inspirasse a fazê-lo, desde que observássemos os princípios acima, todavia não posso concordar com o ato de se aplaudir alguém nos nossos cultos, seja quem for. O culto é para o Senhor, nossos dons e talentos são Dele, e como disse o próprio Jesus: “…porque sem mim nada podeis fazer.” (João 15:5). Então acredito assim que nenhum homem mereça ser aplaudido por melhor que seja a obra desempenhada no Reino, pois como disse o Senhor aos discípulos certa vez, mesmo quando o servo faz tudo o que foi mandado fazer, ainda é um servo inútil. Só a Ele seja a glória.
Sendo assim, aplaudir não deve ser um fim em si mesmo, e nuca, leia-se NUNCA, voltado para a figura humana, pelo menos não num culto à Deus (não estamos falando aqui de um concerto, ou um show, ou qualquer outra atividade social, mas sim de um culto). E aqui, mais uma vez um princípio bíblico que salta ao nosso coração: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Colossenses 3:17).
Sobre estes anúncios
O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é provavelmente um costume muito mais antigo.
As palmas como expressão de culto, na
celebração, não encontra qualquer respaldo nas Escrituras. O livro do
Salmos descreve o louvor dos israelitas e o louvor universal. Descreve
também manifestações próprias de culto e outras manifestações musicais e
artísticas e folclórica como povo-estado que também eram. O culto no
tabernáculo ou no templo do Velho Testamento, por sua vez, era o mais
impeditivo possível. Seguia-se uma liturgia rígida. A mobília e os
utensílios do templo foram rigorosamente prescritos. Somente os
sacerdotes cantavam (os 280 cantores levitas, homens vocacionados para
este fim). Os instrumentistas eram ordenados, de uma única tribo, e
ninguém mais. Somente o sumo-sacerdote entrava uma vez por ano no santo
dos santos. Nem todos os instrumentos eram permitidos no templo, somente
alguns próprios para o culto. Os homens comuns do povo assistiam a tudo
de longe, as mulheres ainda mais longe em seu próprio lugar, os
estrangeiros por detrás do muro da separação que existia para afastá-los
ainda mais. Todos estes longe do átrio onde a celebração se dava. Tudo
era impedimento.
Então, tomar o Salmo 47 no seu versículo 1, que está no contexto do Velho Testamento (“Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus…”), como se o culto do Velho Testamento seguisse à vontade, nos parece um equívoco pelos argumentos anteriores e também porque este Salmo está se referindo ao louvor universal, não do templo. No templo jamais se bateu palmas; até hoje as sinagogas judaicas não o fazem. E este é o único texto que fala de aplaudir, de bater palmas como expressão de louvor. No mesmo contexto o Salmo 98.8 determina que “os rios batam palmas,…”. (Isaias 55.12 trás a mesma idéia). O Salmo 150 determina que “todo ser que respira louve ao Senhor.”, mas nós não trazemos um animal, que evidentemente respira, para o templo, o que seria uma abominação ao Senhor. Os animais trazidos em sacrifício eram oferecidos fora do átrio, e mesmo assim, representavam a Cristo que é o “Cordeiro que foi morto de uma vez por todas”, acabando com todos os sacrifícios sanguinolentos de animais. Assim, no Novo Testamento não existe nem sequer esta possibilidade.
A totalidade das outras referências bíblicas sobre palmas não se refere a expressão de louvor, mas de zombaria, escárnio, ódio, e também uma delas, de homenagens humanas. Vejamos. Números 24.10 fala da ira de Balaque que se acendeu contra Balaão, “e bateu ele as suas palmas.” Em II Reis 11.12 encontramos a coroação de Joás, quando eles “bateram palmas”, em homenagem ao novo rei. Em Jó 27.23, encontramos a descrição da sorte dos perversos com a seguinte afirmação: “à sua queda lhe batem palmas, à saída o apupam com assobios.”, se referindo a vaias. Em Jó 34.37, encontramos: “Pois ao seu pecado acrescenta rebelião, entre nós, com desprezo, bate ele palmas, e multiplica as suas palavras contra Deus.” Lamentações 2.15 fala do escárnio sofrido por Jerusalém: “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém:…”, vaias, e levantar de ombros como dizendo “nem te ligo”. Ezequiel tem duas referências a Deus como batendo palmas, mas Ele o faz em ódio contra Israel (Ezequiel 21.17; 22,13). O texto de 21.17, por exemplo, diz: “Também eu baterei as minhas palmas uma na outra e desafogarei o meu furor; eu, o Senhor, é que falei.”. As duas outras referências ali é sempre em tom de zombaria (6.14; 21.14). Nahum 3.19 é o último versículo desta profecia e também fala pela última vez em bater palmas no Velho Testamento, também em tom de zombaria, de asco: “Não há remédio para a tua ferida; e tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade?”. Neste caso específico encontramos a ruína de Nínive e a maldição que sobre esta cidade foi derramada. Enquanto estava ela doente de morte, com uma chaga incurável, todos “baterão palmas” sobre ela, impingindo maior aflição pelo barulho das palmas e seu ritmo infernal. O livro dos Salmos falam uma única vez de “aplaudir”, em 49.13, falando sobre o proceder dos seguidores dos estultos que “aplaudem o que eles dizem.”
No Novo Testamento não há nenhuma referência ao bater de palmas, muito menos em relação a uma atitude cúltica, por que, enquanto o Velho Testamento era repleto de gestos como “colocar o rosto em terra”, o “rasgar as vestes”, o “colocar cinza sobre a cabeça”, o “vestir-se de pano de saco”, etc. etc, o Novo Testamento nos chama a um culto racional conforme orienta Paulo em Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”. Esta expressão “Logiken Latria” – (culto racional), fala de um culto supra-sensual, um culto que não requer recursos como a dança (que nunca foi permitida no templo do Velho Testamento como expressão de culto), ou sequer as palmas, menos ainda das outras expressões gestuais.
As palmas para marcar o ritmo da música, devem ser observadas dentro de um contexto da música como um todo. A música para a adoração é composta de harmonia, melodia; ritmo e letra. Cada uma destas partes atinge um aspecto do nosso ser. A harmonia atinge o nosso senso do belo, pela quantidade de sons, que, tal como a diversidade das cores e seus matizes, chamam a nossa atenção para a beleza; a melodia toca as nossas emoções; a letra tange a nossa inteligência, a razão; o ritmo, por sua vez, apela para o nosso corpo, o que por si só não é mal, absolutamente. Nosso coração bate em ritmo, nossos passos são dentro de ritmo. Todas estas partes, então, devem promover a integridade da música e a integridade do ser que adora. Uma música melosa, melodiosa se torna excessivamente romântica, sentimental, o que não é próprio para o culto. Uma música com uma harmonia complexa, com harmonias dissonantes, também não é própria pois chama a atenção exageradamente para uma de suas partes esquecendo-se da inteireza. A letra deve ser doutrinariamente sã trazendo a mensagem da Palavra de Deus ao nosso coração. O ritmo não pode ser de tal ordem que nos convide ao requebro. As palmas como expressão de culto, portanto, não são próprias, pois frisam o ritmo que convidam ao requebro, aos meneios, à sensualidade.
Lembremo-nos que adoramos a Deus conforme o que Ele requer e, Ele não requer que o façamos através de palmas, a não ser no louvor da natureza, dos rios, do farfalhar das árvores, do uivar e grunhir dos animais, do pipilar das aves, das palmas e até mesmo da dança. O louvor é racional, supra-sensual. O culto é logiken latria. Seu pastor, nesta autocrítica, então lhes promete, como responsável diante de Deus pela condução litúrgica, que não proporá e nem permitirá que no campo da Primeira Igreja se use palmas no culto solene prestado em celebração a Deus, para aplaudir feitos humanos, ou mesmo, como expressão de culto ao Senhor. De fato, nenhuma coisa, nem outra é própria à solenidade do culto que prestamos ao nosso Deus e Senhor.
Fonte: http://bit.ly/1dlaRxA
Deus os abenço a todos.
Paz!
Germano Luiz Ourique
Então, tomar o Salmo 47 no seu versículo 1, que está no contexto do Velho Testamento (“Batei palmas, todos os povos; celebrai a Deus…”), como se o culto do Velho Testamento seguisse à vontade, nos parece um equívoco pelos argumentos anteriores e também porque este Salmo está se referindo ao louvor universal, não do templo. No templo jamais se bateu palmas; até hoje as sinagogas judaicas não o fazem. E este é o único texto que fala de aplaudir, de bater palmas como expressão de louvor. No mesmo contexto o Salmo 98.8 determina que “os rios batam palmas,…”. (Isaias 55.12 trás a mesma idéia). O Salmo 150 determina que “todo ser que respira louve ao Senhor.”, mas nós não trazemos um animal, que evidentemente respira, para o templo, o que seria uma abominação ao Senhor. Os animais trazidos em sacrifício eram oferecidos fora do átrio, e mesmo assim, representavam a Cristo que é o “Cordeiro que foi morto de uma vez por todas”, acabando com todos os sacrifícios sanguinolentos de animais. Assim, no Novo Testamento não existe nem sequer esta possibilidade.
A totalidade das outras referências bíblicas sobre palmas não se refere a expressão de louvor, mas de zombaria, escárnio, ódio, e também uma delas, de homenagens humanas. Vejamos. Números 24.10 fala da ira de Balaque que se acendeu contra Balaão, “e bateu ele as suas palmas.” Em II Reis 11.12 encontramos a coroação de Joás, quando eles “bateram palmas”, em homenagem ao novo rei. Em Jó 27.23, encontramos a descrição da sorte dos perversos com a seguinte afirmação: “à sua queda lhe batem palmas, à saída o apupam com assobios.”, se referindo a vaias. Em Jó 34.37, encontramos: “Pois ao seu pecado acrescenta rebelião, entre nós, com desprezo, bate ele palmas, e multiplica as suas palavras contra Deus.” Lamentações 2.15 fala do escárnio sofrido por Jerusalém: “Todos os que passam pelo caminho batem palmas, assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém:…”, vaias, e levantar de ombros como dizendo “nem te ligo”. Ezequiel tem duas referências a Deus como batendo palmas, mas Ele o faz em ódio contra Israel (Ezequiel 21.17; 22,13). O texto de 21.17, por exemplo, diz: “Também eu baterei as minhas palmas uma na outra e desafogarei o meu furor; eu, o Senhor, é que falei.”. As duas outras referências ali é sempre em tom de zombaria (6.14; 21.14). Nahum 3.19 é o último versículo desta profecia e também fala pela última vez em bater palmas no Velho Testamento, também em tom de zombaria, de asco: “Não há remédio para a tua ferida; e tua chaga é incurável; todos os que ouvirem a tua fama baterão palmas sobre ti; porque sobre quem não passou continuamente a tua maldade?”. Neste caso específico encontramos a ruína de Nínive e a maldição que sobre esta cidade foi derramada. Enquanto estava ela doente de morte, com uma chaga incurável, todos “baterão palmas” sobre ela, impingindo maior aflição pelo barulho das palmas e seu ritmo infernal. O livro dos Salmos falam uma única vez de “aplaudir”, em 49.13, falando sobre o proceder dos seguidores dos estultos que “aplaudem o que eles dizem.”
No Novo Testamento não há nenhuma referência ao bater de palmas, muito menos em relação a uma atitude cúltica, por que, enquanto o Velho Testamento era repleto de gestos como “colocar o rosto em terra”, o “rasgar as vestes”, o “colocar cinza sobre a cabeça”, o “vestir-se de pano de saco”, etc. etc, o Novo Testamento nos chama a um culto racional conforme orienta Paulo em Romanos 12.1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”. Esta expressão “Logiken Latria” – (culto racional), fala de um culto supra-sensual, um culto que não requer recursos como a dança (que nunca foi permitida no templo do Velho Testamento como expressão de culto), ou sequer as palmas, menos ainda das outras expressões gestuais.
As palmas para marcar o ritmo da música, devem ser observadas dentro de um contexto da música como um todo. A música para a adoração é composta de harmonia, melodia; ritmo e letra. Cada uma destas partes atinge um aspecto do nosso ser. A harmonia atinge o nosso senso do belo, pela quantidade de sons, que, tal como a diversidade das cores e seus matizes, chamam a nossa atenção para a beleza; a melodia toca as nossas emoções; a letra tange a nossa inteligência, a razão; o ritmo, por sua vez, apela para o nosso corpo, o que por si só não é mal, absolutamente. Nosso coração bate em ritmo, nossos passos são dentro de ritmo. Todas estas partes, então, devem promover a integridade da música e a integridade do ser que adora. Uma música melosa, melodiosa se torna excessivamente romântica, sentimental, o que não é próprio para o culto. Uma música com uma harmonia complexa, com harmonias dissonantes, também não é própria pois chama a atenção exageradamente para uma de suas partes esquecendo-se da inteireza. A letra deve ser doutrinariamente sã trazendo a mensagem da Palavra de Deus ao nosso coração. O ritmo não pode ser de tal ordem que nos convide ao requebro. As palmas como expressão de culto, portanto, não são próprias, pois frisam o ritmo que convidam ao requebro, aos meneios, à sensualidade.
Lembremo-nos que adoramos a Deus conforme o que Ele requer e, Ele não requer que o façamos através de palmas, a não ser no louvor da natureza, dos rios, do farfalhar das árvores, do uivar e grunhir dos animais, do pipilar das aves, das palmas e até mesmo da dança. O louvor é racional, supra-sensual. O culto é logiken latria. Seu pastor, nesta autocrítica, então lhes promete, como responsável diante de Deus pela condução litúrgica, que não proporá e nem permitirá que no campo da Primeira Igreja se use palmas no culto solene prestado em celebração a Deus, para aplaudir feitos humanos, ou mesmo, como expressão de culto ao Senhor. De fato, nenhuma coisa, nem outra é própria à solenidade do culto que prestamos ao nosso Deus e Senhor.
Fonte: http://bit.ly/1dlaRxA
Deus os abenço a todos.
Paz!
Germano Luiz Ourique
Qual é a origem do aplauso?
O ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é provavelmente um costume muito mais antigo.
Por que você bate palmas na igreja?
“Mas
aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não
provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado.” Rm14:23
Talvez o assunto lhe pareça banal ou um tanto “conservador”. Mas por que não discuti-lo?
De
onde vem o hábito de aplaudir quando gostamos de alguma fala, show,
apresentação ou gesto público? Se pudermos conhecer sua origem talvez
possamos entender, um pouco, o que está acontecendo com o impulso
avassalador que invadiu as igrejas brasileiras (as americanas já estão
invadidas há muito tempo): os aplausos. Até as pregações estão sendo
aplaudidas, coisa que nem se sonhava na última década.
Pesquisei alguns sites na internet para saber a origem do ato e os que encontrei descreviam o mesmo:
Qual é a origem do aplauso?
O
ato de bater as palmas das mãos em sinal de aprovação tem origem
desconhecida, mas existe há pelo menos 3 000 anos. Nessa época, o gesto
era essencialmente religioso, popularizado em rituais pagãos de diversos
povos como um barulho destinado a chamar a atenção dos deuses. No
teatro clássico grego, tornou-se, então, a forma pela qual os artistas
pediam à platéia que invocasse os espíritos protetores das artes. O
costume chegou ao Império Romano, onde passou a ser comum nos discursos
políticos. Preocupado com a repercussão de suas aparições públicas, o
imperador Nero carregava uma claque com mais de 5 000 soldados e
cavaleiros. Dali, o costume espalhou-se para o resto do mundo. Nos
séculos XVIII e XIX, quase todos os teatros de Paris contratavam pessoas
que tinham uma única função na platéia: aplaudir. O truque continua
utilizado até hoje pelas emissoras de TV, especialmente em programas de
auditório. Agora, bater palmas para marcar o ritmo de uma música é
provavelmente um costume muito mais antigo.
Bem pagão esse ato, não acha? A wikipédia, sem mencionar suas origens, define o mesmo da seguinte forma:
O
aplauso (do latim applausus derivado de applaudĕre) é uma expressão
humana de aprovação pelo ato de bater a palma de cada uma das mãos uma
contra a outra com o fim de produzir seu ruído característico.
Platéias normalmente aplaudem após o fim de espetáculos, como concertos musicais, discursos ou peças de teatro.
Na
cultura ocidental, espectadores batem palmas para produzir um ruído
constante, tendendo à sincronização natural. Como forma da comunicação
não-verbal, o aplauso é um indicador simples da opinião média do grupo
e, quanto mais intenso e longo o ruído do aplauso, considera-se maior o
sinal de aprovação expresso.
Nós
transformamos o pensamento original de invocação de deuses (demônios
disfarçados de poderosos) em motivação de demonstração de satisfação.
Para os cristãos, não sei se isso justifica alguma coisa diante de Deus.
Mas o que sei é que nem na Lei nem na Graça encontro o mandamento: “ao
próximo aplaudirás”.
Se formos observadores (podem chamar de “críticos” se preferirem) veremos muitas inserções pagãs nas liturgias ou nos eventos gospels promovidos no
meio evangélico que tem como premissa ser “anti-pagão”. Principalmente
manias americanizadas invadem nossas igrejas sem que se perceba que o
“enlatado” foi importado, inicialmente por quem passou por lá, depois
como uma forma de contaminação desenfreada, vai se infiltrando
desapercebidamente em nosso meio. Você pensa que não percebi o exato
momento em que o ato de receber a “bênção apostólica” do pastor passou a
ser recebida
pelos congregados com as mãos voltadas para cima? Qual o significado
disso? Quem trouxe isso? De onde? Deixo pra você a pesquisa e a crítica
sobre o assunto.
Em
alusão ao “enlatado americano”, preste atenção à fala do presidente
americano no Congresso ou em qualquer outra reunião política com uma
personalidade influente nos EUA. Se eles gostarem do que estão ouvindo, a
cada grupo de palavras proferidas um minuto de aplauso! O palestrante
tem que continuar falando em meio aos aplausos, caso contrário o
discurso levaria horas.
Certo
dia eu parei numa transmissão de TV que apresentava um pregador
americano fazendo sua preleção numa igreja extremamente luxuosa. As
pessoas, muito bem vestidas, pareciam estar assistindo a uma
apresentação na Broadway ou no Teatro Municipal de qualquer grande
cidade. Coisa chique mesmo! Não foi tanto isso que me chamou a atenção,
mas o fato de que a cada conjunto de frases do pregador eles aplaudiam.
Por quê? Sei lá! Parecia ser uma pregação comum, ou seja, nada de tão
esplendoroso na fala do pastor. Uma pregação que poderia até estar
tocando corações e transformando almas. Mas será que aquelas almas
estavam recebendo o fluir do Espírito Santo e Seu agir nas mentes e
corações necessitados que lhes incitassem a vontade de aplaudir? O
interessante é que a câmera focava em alguns no auditório e, ali, as
mão se encontravam batendo sem qualquer ânimo. Era só o gesto de bater
levemente as mãos uma na outra que significava o enésimo “aplauso” do sujeito. Que coisa louca e sem sentido, não?
Você
já percebeu que na maioria das vezes que as pessoas no templo aplaudem,
isso é feito porque alguém começa o ato? E não é a mesma coisa que
coçar ou bocejar, reflexos
involuntários. Mas, os “vizinhos” daquele animado ouvinte, se o aplauso
é uma forma de demonstrar satisfação, não querem ser ali julgados como
insatisfeitos ou mal-humorados por deixar “o irmão no vácuo”. Afinal,
estão na igreja!Esta
forma farisaica de pensamento, que acomete quase todos, dá inicio a uma
reação em cadeia de aplausos. Quanto mais animado seja aquele primeiro
ouvinte em seu efusivo gesto, mais os outros têm que se demorar no seu
aplauso. Coisa esquisita não? Ou será que não é bem assim que acontece?
Tudo
bem que isso aconteça num teatro, numa apresentação, num show, ou mesmo
num auditório ou templo da igreja em outro momento...mas durante um
culto, que
deveria ser uma reunião motivada pelo perdão de Deus para o
arrependimento humano?! Qual a razão? Só me vem uma coisa a mente:
conformação com o mundo. Se o mundo faz, porque não fazemos também?
Aliás, essa passou a ser a premissa que motiva muitas ações cristãs nos
dias de hoje.
“E
não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da
vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus.” Rm 12:2
Permita-me
deter-me um pouco na análise da justificativa levantada pelos
“animadores de auditório” que dizem: “mas na Bíblia está escrito para
batermos palmas de júbilo!”. Não está escrito bem assim, mas de qualquer forma analisemos o que está dito ali:
“Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.” S l47:1
Lembrando
sempre que as orientações litúrgicas para a igreja gentílica (nós)
estão no Novo Testamento que, mesmo assim restringe-se às orientações
básicas de ajuntamento para momentos de ensino e adoração, especialmente
em 1Co12-15 (Não esquecendo de Tg 1:26,27). Conselhos e ordens
litúrgicas expressos na lei, salmos e profetas têm que ser analisados à
luz de toda a Bíblia.
Tanto
o salmo 47 como o 46 reforçam em nossa mente que Jesus é o Grande Rei
esperado e que submete ao seu domínio toda a natureza e todos os povos
da terra. “Batei palmas, todos os povos” longe de sugerir fazer
congregar toda a terra para que aplaudam ao Senhor, lembra a atitude de
gozo íntimo em louvá-lO e salmodiá-lO porque Ele é sábio, justo e soberano.
Pense bem: se era um costume ímpio dos povos ao redor de Isarel baterem palmas para invocar deuses, ao
serem submetidos ao poder do Senhor – e que serão – aí sim terão razão
para bater palmas e usufruírem da invocação ao único e verdadeiro Deus.
Não
que sejamos impedidos de bater palmas em um culto num momento de
arrebatamento e júbilo verdadeiro e coletivo, mas o termo no Salmo
possui profundidade maior do que simplesmente sugerir a prática do ato
de aplaudir como doutrina para a realização de um culto ou expressão da
verdadeira adoração.
Se considerarmos o termo literalmente, seremos levados a aceitar que rios e árvores também “batem palmas”, em vez de entendermos que seu significado intrínseco expressa a invocação e submissão de todas as coisas ao Grande Rei Jesus:
“Ruja o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam; batam palmas os rios; à uma regozijem-se os montes diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com eqüidade.” Sl98:7-9
Alguém bateria palmas por saber que um juiz viria julgá-lO. A contrição talvez
seja o mais natural não é mesmo? No entanto, o salmista alude ao "bater
palmas" numa forma de consolação ao seus ouvintes, pois a justiça de
Deus é gloriosamente justa e satisfatória. Ninguém precisa temer o seu
juízo se verdadeiramente andar segundo os seus conselhos. Esse é o
motivo de júbilo que toda a natureza manifesta, por isso é perfeita e
bela, deliciando nossas sensações quando a apreciamos e estamos também
em comunhão com ela.
“Pois
com alegria saireis, e em paz sereis guiados; os montes e os outeiros
romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores de campo baterão
palmas”. Is55:12
A literalidade do texto sugere que montes
e outeiros abrem suas gargantas para cantar, assim como as árvores
bateriam suas mãos. Isso não lhe parece absurdo? O texto, é claro,
sugere reflexão na profundidade do que expressa. Uma breve meditação
sobre a Glória de Deus em toda a sua criação (leia o salmo 19) deixará
claro que o profeta não fala de atos, mas sim do estado natural de
glorificação contínua no ser de cada coisa criada e no viver de cada
vivente, inclusive nós.
O “bater palmas” na Bíblia, referindo-se ao ato, tem também significado negativo :
“Todos os que passam pelo caminho batem palmas contra ti;
eles assobiam e meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém, dizendo: E
esta a cidade que denominavam a perfeição da formosura, o gozo da terra
toda?” Lm2:15 (veja também 2Cr3:23,37)
Não é por isso que vamos aqui fazer apologia a qualquer doutrina de proibição de palmas em cultos , certo?
Continuando
minhas observações, certo dia, quando me peguei pensando e fazendo da
forma que descrevi acima, como a maioria, só porque uma irmã (talvez
americanizada) aplaudia toda e qualquer música apresentada pelo
ministério de louvor - até mesmo aquela que tocava profundamente as
minhas emoções - eu fiquei contrariado comigo mesmo. Não que as músicas
não merecessem qualquer manifestação de satisfação, mas naquele momento a
minha vontade era ficar ouvindo a voz do Senhor, sendo conduzido pela
reflexão que a letra, a melodia e algumas breves palavras ministradas
pelo ministro de louvor promoviam em mim; embevecido nos pensamentos e
sentimentos sobre a obra que Deus tem realizado na minha vida . Por que
eu tinha que aplaudir se eu queria continuar no êxtase, preparado para o
Evangelho a ser pregado? E aplaudi...
Depois
de mais algumas semanas vivendo isso, eu disse “chega!” pra mim mesmo.
Não aplaudiria se não tivesse vontade. Que me vissem como carrancudo,
frio, insensível...a verdade é que ninguém pode julgar-me pelo que não
sabe e não vê. Se até mesmo julgando pelo que vemos Jesus nos
repreende...
“Não julgueis pela aparência, mas julgai segundo o reto juízo.” Jo7:24
Foi assim que me vi recuperando minha liberdade espiritual em Cristo.
Em tudo, aprendo na Palavra a ser verdadeiro com meu Senhor assim como Ele é a plena Verdade para
mim. Não posso me deixar envolver por justificativas e impulsos humanos
carcomidos pela vaidade e pelo orgulho para expressar meus sentimentos.
Se
o Senhor me sacudir dizendo “aplaude, cara!” eu o farei. E não desejo
que os demais façam o mesmo só porque eu iniciarei a ação. Façam-no se o
Senhor também sacudi-lo. Porém deixo aqui uma observação: o silêncio
nas igrejas tradicionais, ou o “glória a Deus!” nas igrejas
pentecostais, jamais forma obstáculos para o toque de Deus em mim
durante ou após uma proveitosa pregação da Palavra. Essas manias de
“crente moderno”(e olha que eu só tenho 13 anos de convertido!) vieram
com o novo formato de se fazer igreja e cultos dos neo-pentecostais. Que
façam do jeito que quiserem, mas o melhor é que cada um continue com a
sua personalidade de adorador preservada. Sendo verdadeiros, você e eu
somos livres, até para não fazer nada se o Senhor não falar!
Nesse
caso não vale o ditado “o que é bom é pra ser imitado”. Com Jesus isso
não funciona assim. Até mesmo imitá-Lo não deve ser um ato de “Maria vai
com as outras”. Se não for genuíno Ele nos diz “Eu não te conheço”. E
nós não sabemos muito bem o que é “bom” para Deus se não estiver
expresso na Sua Palavra e adequadamente interpretado, não é mesmo?
Bem,
para expulsar o pensamento de “por que esse cara tá preocupado com
isso?” encerro apresentando que a mesma preocupação importunava o
profeta Isaías:
“Por
isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua
boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o
seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de
homens, aprendidos de cor...” Is 29:13
A
história se repete. Quanto a mim quero fugir dessa aparência do mal e
prática da iniqüidade. E você o que acha? Vai continuar aplaudindo só
porque todo mundo faz assim?
Paz em Jesus que não aplaude ninguém e prefere o verdadeiro louvor de um coração quebrantado.
Ocimar
Cabo frio/RJ